quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

#01

Você acha que é apenas sim ou não, mas eu caminho através incerteza que permanece entre parênteses. Não entende porque, entre tantas significações, todos os bonecos quebrados acabam fazendo parte do que és: um desejo desconhecido de vingança. Você, que binariamente acredita estar de um lado defensor, não enxergou a face de seu rosto que te olha nesse espelho agora. Posso te empurrar já que você não quer admitir a possibilidade de estar próximo do abismo?

Saia de casa. Saia de casa cansado. Saia de casa para não voltar. Saia de casa quando tudo voltar ao normal. Saia de casa depois da briga acabar. Saia de casa enquanto todos estiverem chorando as dores causadas pela palavreação mal dirigida e pessimamente contida. Saia de casa sussurando uma música que ensinaram-lhe quando criança. Saia de casa sem nada além da sua vida, além de mim. Saia de casa tendo. saia de casa sendo, apesar das críticas. saia de casa mesmo tendo consciencia da existência do amor, ainda que distante. Saia de casa cometendo uma injustiça, saiba. Saia de casa sem pedir perdão, sem arrepender-se. Saia impositivamente de casa por sentir necessidade de abandonar tudo construído, ainda que não tenha optado pelo recomeço ou ponto final. E depois quebre este vidro com quem dialogas.

Minha voz aguda penetra teu sangue, oxigena tua mente, enquanto você sorri passivamente para o paradoxo que significo. Olhe nesta tela e enxergue teu reflexo criado nessa seqüência imagen: todas elas passaram a ser a teu respeito. Cuidado! Ninguém vai parar para assitir ao enterro da última pessoa mais parecida com qualquer humano que você chegou a ser. Permaneça no lixeiro para experimentar o gosto amargo da saliva ao amanhecer, já que é preciso de verdades. Desconstruindo sintaxes você vai perceber que o mais importante não está no texto, mas nas entrelinhas. Projete o inexistente antes de olhar realidades e fatos. Por favor descontrua.

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