quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

é necessário administrar a visão do nada para aparecer de novo no horizonte de onde vim. não fechar os olhos, nem chorar a dor de relembrar qualquer cicatriz. olhar o nada com a firmeza de quem sabe o tempo das chuvas enquanto todos aproveiam o sol - estar recluso.

naõ compartilho valores ou bolsas e mesmo estilos de vestir-se menos para chocar que querendo significar. emoções, onde estão minhas queridas margaridas amarelas e os desenhos animados sem efeitos especias? você traria-os de volta?

ninguém quer de verdade saber porque. mesmo que procurem, outros vão aprender a por a culpa na tecnologia ou publicidade. mais na frente serão outras fichinhas batidas sobre as quais eu não mais aguentarei falar.

e acender-se-á mais um nada no horizonte sem qeu alguém saiba administrá-los.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007



guarando diz:
nao lembro
guarando diz:
mas acordei com uma coisa estranha sentindo
guarando diz:

vontades presas

a grade me libertara de um querer proibido
e agora é tempo de acordar e encher o tanque
pra rodar todos os quilometros impossiveis
de serem pisados
porque foram feitos para pequenos aviões pousarem,
mas as asas estão atrofiadas
e vou correr e pular
no abismo que finda a rua
para entrar na dimensão em que,libertos,
somos tão juntos que parecemos apenas uma


guarando diz:
apenas quando sua mão reclinar no meu ombro
quando você beijar suavemente
a chave que guardou no peito, escondida
depois de me acordar do pesadelo
meus passos serão tinta fresca
nessa xerox

e eu passo a ser uma maconha que você recusa
porque só quero teu mal
e você continua a vidinha
guarando diz:
foi muito estranho
guarando diz:
ai eu cuspi isso

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

#01

Você acha que é apenas sim ou não, mas eu caminho através incerteza que permanece entre parênteses. Não entende porque, entre tantas significações, todos os bonecos quebrados acabam fazendo parte do que és: um desejo desconhecido de vingança. Você, que binariamente acredita estar de um lado defensor, não enxergou a face de seu rosto que te olha nesse espelho agora. Posso te empurrar já que você não quer admitir a possibilidade de estar próximo do abismo?

Saia de casa. Saia de casa cansado. Saia de casa para não voltar. Saia de casa quando tudo voltar ao normal. Saia de casa depois da briga acabar. Saia de casa enquanto todos estiverem chorando as dores causadas pela palavreação mal dirigida e pessimamente contida. Saia de casa sussurando uma música que ensinaram-lhe quando criança. Saia de casa sem nada além da sua vida, além de mim. Saia de casa tendo. saia de casa sendo, apesar das críticas. saia de casa mesmo tendo consciencia da existência do amor, ainda que distante. Saia de casa cometendo uma injustiça, saiba. Saia de casa sem pedir perdão, sem arrepender-se. Saia impositivamente de casa por sentir necessidade de abandonar tudo construído, ainda que não tenha optado pelo recomeço ou ponto final. E depois quebre este vidro com quem dialogas.

Minha voz aguda penetra teu sangue, oxigena tua mente, enquanto você sorri passivamente para o paradoxo que significo. Olhe nesta tela e enxergue teu reflexo criado nessa seqüência imagen: todas elas passaram a ser a teu respeito. Cuidado! Ninguém vai parar para assitir ao enterro da última pessoa mais parecida com qualquer humano que você chegou a ser. Permaneça no lixeiro para experimentar o gosto amargo da saliva ao amanhecer, já que é preciso de verdades. Desconstruindo sintaxes você vai perceber que o mais importante não está no texto, mas nas entrelinhas. Projete o inexistente antes de olhar realidades e fatos. Por favor descontrua.
sentar, esperando um aviso dos céus.
eu quero olhar o futuro, sem o peso do passado em minhas costas
e conversar sem te defender
talvez livrar-me, nem sei

o que eu sei é o que eu sinto
e é uma apertidão que me incomoda
um perto que, de inconsciente, suspeito e vira aperto por causa desse peito triste,
por sorte, solitário;
por pouco, amável
mas muito em crise
daquelas que persistem em continuar
dentro do armário
trancadas em lugares secretos

não te conto os segredos do dia
da última semana, nem os que me importam mais
ficaria ainda sozinha
mesmo que permanceça esse som mudo de uma presença ignorada
são, na verdade, batidas na porta.
atrasadas?
um ano, talvez mais
pesadas
75 quilos e meio de fardo
todos jogados no lixo
e você quer remexer, meter, abusar-me

meus divãs viajaram
meu cigarro me traga
sou pedaços de desejo
tão finos, estragam
virei minha fonte de juventude
sou um caco de vidro destruído
pote de mel da abelha que picou seu rosto em traição, bem nos olhos
vermelhos
quase fechados
vislumbrando lentamente
seu mundinho cor-de-rosa

senti uma energia a menos
ao entrar por aquela porta.
um guarda-roupa vazio acusa uma ausência
partida
entre lágrimas quentes,
entre soluços contidos,
em meio a incertezas,
a despedida.

um apartamento frio te abrigará durante
o tempo.
um novo até logo,
resignificar os abraços,
abraçar enfim.
olhar nos olhos dizendo até logo
sem saber o quanto demorará

mensurar a falta
medir a ausência
calcular a dor
temer a distância
ser fragmento
despedaçado

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

tão impermeável quanto quaisquer destes livros que poêm na minha cama. imprestáveis ousados demais para o vosso gosto, não? é, talvez! mas vc leu as frases escritas no rodapé de algumas páginas. e daí se eu gosto dela e daí se minha piscina está cheia de lodo e daí se parei de pagar as contas desde o mês passado

eu queria outras coisas agora, sabia? na verdade eu precisaria de intuiçoes futurísticas, de inventos rápidos. é preciso saciar o desejo. e possível, entretando? são tantas subtrações e dúvidas. para cada afirmação um descontexto me esconde e ponho mais um interrogação disfarçando-a de frase bem intecionada e imparcial com ambos os lados da historia. não é mania de jornal, é só mais uma disputa sendo travada pra ser o tal.

com a tal solidão me cuido, divertindo-a para esquecer de quem sou - aquela garota feliz que me sorri com os olhos todo amanhacer falando um bom dia gripado.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

recuperar um tempo que ficou perdido
vasculhar a bolha em que me prendi e procurar por alguém parecido comigo. um alguém não tão algemado a si.

perder o sentido do infinito
ferir a cicatriz do punho mais uma vez
para testar essa estrada e seus atalhos a fim de escrever mais duas palavras que ninguém além de mim vai ler

saber o discurso e mentir pra platéia
apedrejar o veado e beber com a mulher da esquina

Nào
eu quero um olhar de carinho o humor que me leve a qualquer outro lugar em que eu não me adpte facilmente
só que é necessário desistir