quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

sentar, esperando um aviso dos céus.
eu quero olhar o futuro, sem o peso do passado em minhas costas
e conversar sem te defender
talvez livrar-me, nem sei

o que eu sei é o que eu sinto
e é uma apertidão que me incomoda
um perto que, de inconsciente, suspeito e vira aperto por causa desse peito triste,
por sorte, solitário;
por pouco, amável
mas muito em crise
daquelas que persistem em continuar
dentro do armário
trancadas em lugares secretos

não te conto os segredos do dia
da última semana, nem os que me importam mais
ficaria ainda sozinha
mesmo que permanceça esse som mudo de uma presença ignorada
são, na verdade, batidas na porta.
atrasadas?
um ano, talvez mais
pesadas
75 quilos e meio de fardo
todos jogados no lixo
e você quer remexer, meter, abusar-me

meus divãs viajaram
meu cigarro me traga
sou pedaços de desejo
tão finos, estragam
virei minha fonte de juventude
sou um caco de vidro destruído
pote de mel da abelha que picou seu rosto em traição, bem nos olhos
vermelhos
quase fechados
vislumbrando lentamente
seu mundinho cor-de-rosa

Nenhum comentário: