quinta-feira, 8 de março de 2007

EXT. PRAIA. MANHÃ

Juliana corre, molhando os pés na água. Vê uma Mulher lhe observando. Desacelera o passo e se senta. Juliana deita na areia.

JULIANA (sussuro)

Fechar um contrato com o mar.

Fechar um contrato com o mar.

Fechar um contrato com o mar.

JULIANA

FECAR UM CONTRATO COM A PORRA DO MAR, CARALHO

Mulher está em pé, ao seu lado.

MULHER

Também tem papel pra queimar?

Juliana se assusta e se senta. Mulher se senta junto dela.


EXT. PRAIA. MANHÃ

MULHER

Cada um tem uma forma de cultivar o outro.


JULIANA

Mas o problema é que, numa relação, tudo se cria, tudo é imaginado. “Eu te amo!!!” Isso é uma constante, aí acaba se transformando numa re-afirmação sem propósito. Perde o sentido quando repetido.

MULHER

Mas também perde sentido sozinho. AMAR. Só a lingüística para inventar esse infinitivo.

EXT. PRAIA. MANHÃ

JULIANA

Nomear sentimentos?


MULHER

Exatamente. Quando extrapola o que é objetivo, a palavra perde significado pra se esvair no entendimento pessoal de cada um.

EXT. PRAIA. MANHÃ

ALGUÉM (20) passa na bicicleta e vê Juliana falando sozinha.

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